Incontinência anal (tratamento multidisciplinar)

Incontinência é a incapacidade de controlar a eliminação, pelo ânus, de gases ou fezes de consistência líquida, pastosa ou sólida até o momento desejado.

 

Varia desde pequenas perdas de gás ou líquido até acidentes de grande monta. Independentemente do volume perdido, o paciente pode sentir-se bastante constrangido e inseguro.

 

Afeta consideravelmente a qualidade de vida, principalmente quando se levam em consideração as limitações físicas, psicológicas e sociais.

A incidência exata da incontinência na população é de difícil obtenção, já que muitas vezes a condição é omitida pelos pacientes. Os estudos mostram que até 5% da população apresenta sintomas de incontinência. Porém, apenas 30% dos pacientes com sintomas de incontinência relatam as queixas ao seu médico.

 

Várias alterações na fisiologia anorretal podem causar incontinência, sendo comum a ocorrência de mais de uma deficiência associada. Como exemplo de distúrbios que podem levar à incontinência, destacamos os defeitos da musculatura do períneo causados pelo parto vaginal, os traumas ou as condições associadas a cirurgias anorretais. Outras causas são diabetes melito, radioterapia, esclerose múltipla, acidente vascular encefálico, uso abusivo de laxante.

 

Exames complementares podem ajudar no diagnóstico preciso da causa, como a manometria anorretal computadorizada. Estes exames podem definir o grau de enfraquecimento ou ruptura muscular, assim como a integridade da inervação e dos músculos do períneo. O exame proctológico e avaliação complementar dos cólons ajudarão a definir outras alterações.

 

O sucesso do tratamento depende de um conjunto de medidas adotadas desde a primeira consulta e um acompanhamento multiprofissional (médico, fisioterapeuta, enfermeiro e nutricionista). O tratamento nem sempre está baseado em procedimentos cirúrgicos. Atualmente são disponíveis tratamentos como os exercícios de recondicionamento do controle anal (biofeedback), que apresentam bons resultados. Em caso de tratamento cirúrgico, o cirurgião coloproctologista avaliará e definirá a melhor estratégia ou abordagem. Dentre as várias técnicas disponíveis, encontram-se a correção do músculo anal rompido, o reforço da musculatura do canal anal enfraquecida ou, inclusive, as técnicas de preenchimento anal, de implante de esfíncter anal artificial ou de estimulação do nervo sacral. As atividades conservadoras, como a intervenção da fisioterapia, são indicadas antes de qualquer possível tratamento cirúrgico. As intervenções conservadores incluem: terapia comportamental, que envolve controle da dieta, uso de medicamentos, mudanças de estilo de vida (gerenciamento do intestino) e a reabilitação do assoalho pélvico.

 

O Instituto de Coloproctologia conta com equipe multiprofissional especializada e equipamentos modernos para o diagnóstico e tratamento do paciente com incontinência anal e distúrbios do assoalho pélvico.